Investir em fundos ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance) é uma tendência que vem ganhando força nos últimos anos, tanto no Brasil quanto no mundo. Combinar rentabilidade e impacto positivo no meio ambiente e na sociedade é o grande diferencial dos fundos ESG, que investem levando em conta critérios ambientais, sociais e de governança coorporativa.
A ideia de alinhar os investimentos aos valores pessoais dos investidores tem ganhado adesões na medida em que reflita não apenas perspectivas financeiras, mas também éticas, sociais e ambientais.
Antes de investir em um fundo ESG, porém, especialistas do mercado financeiro consideram essencial para o investidor fazer uma análise detalhada e alinhada aos seus objetivos, incluindo o perfil de risco, por exemplo, já que esses fundos podem apresentar maior volatilidade em relação a investimentos convencionais.
Da mesma forma, alguns fundos podem ser mais rigorosos em relação aos critérios ambientais, enquanto outros podem se concentrar mais em aspectos sociais ou de governança.
O que se diz no mundo
A agenda ESG vem ganhando força no portfólio das empresas independentemente do setor, tamanho e local de atuação. Além disso, tornou-se ponto determinante para decisões sobre investir ou não nesta ou naquela empresa, como reforça a pesquisa global da Ernest & Young, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, a “Global Reporting and Institutional Investor Survey”, que ouviu 1.040 líderes financeiros seniores nas empresas e 320 investidores.
O posicionamento de executivos de empresas do setor financeiro e investidores diante das práticas ESG é um dos principais pontos desse estudo, que mostra que 99% dos investidores levam em conta critérios ESG das empresas como parte de suas decisões de investimento.
O levantamento aponta ainda que 78% dos investidores entrevistados acreditam que as empresas devem fazer investimentos que abordem questões ESG para suas decisões, mesmo que isso reduza lucros no curto prazo.

Há quem resista
Em contrapartida, apenas 55% dos dirigentes financeiros das empresas entrevistadas pela Ernest & Young acreditam que sua empresa deve abordar questões ESG relevantes para o negócio, mesmo quando o resultado é uma redução de curto prazo no desempenho financeiro e na lucratividade.
O estudo identifica que isso acontece porque, enquanto as empresas ainda estão muito focadas no que veem como pressão de curto prazo de certos investidores, outros investidores dizem que não recebem informações robustas sobre a estratégia de crescimento de longo prazo da empresa.
Das grandes empresas pesquisadas – com receita superior a US$ 10 bilhões por ano – 53% dizem que “enfrentam pressões de ganhos de curto prazo por parte dos investidores, o que impede investimentos de longo prazo em sustentabilidade”. Já 80% dos investidores entrevistados dizem que “muitas empresas não conseguem articular adequadamente a justificativa para investimentos de longo prazo em sustentabilidade, o que pode dificultar a avaliação do investimento”.