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Inflação alta? Como proteger os investimentos

Quando os telejornais convertem as gôndolas dos supermercados em assunto diário de seus noticiosos e mostram um presidente da República vociferando contra os responsáveis pelo preço do ovo, todo mundo já sabe: são sinais de que a inflação está difícil de controlar. E, portanto, exigindo mais cuidado, também, para que os investimentos mantenham, no mínimo, o mesmo poder de compra.

Como um hóspede indesejado, a inflação pode chegar sem avisar, ficar mais tempo do que gostaríamos e mexer com tudo na casa. Especialmente no Brasil, onde o IPCA (índice oficial de inflação) fechou 2024 em 4,83% (IBGE) e já dá sinais de alta em 2025, entender como ela impacta o dinheiro guardado ou aplicado é essencial.

Entre as principais inimigas do poder de compra, a inflação pode corroer impiedosamente investimentos que não estejam atrelados a um mecanismo de proteção que lhes garanta o mesmo poder aquisitivo ao fim da aplicação.

Continue a leitura para entender os efeitos da inflação nos investimentos e como é possível se proteger.

O que é inflação e por que ela importa?

Inflação é o aumento contínuo dos preços de bens e serviços. Quando ela sobe, o poder de compra do seu dinheiro cai – o café de R$ 5 hoje pode custar R$ 5,50 amanhã. Em 2021, o IPCA brasileiro chegou a 10,06%, o maior em seis anos, e quem deixou R$ 10 mil na gaveta perdeu R$ 1.006 em valor real num ano. Para investidores, isso é um alerta: se o retorno não superar a inflação, você não está ganhando – está perdendo.

No Brasil, onde a memória da hiperinflação dos anos 80 ainda ecoa, a inflação é um vilão conhecido. Mas seus efeitos vão além do supermercado – ela mexe com ações, renda fixa, fundos e até o colchão financeiro de quem acha que “guardar em casa” é seguro.

Como a inflação afeta os investimentos

Cada tipo de investimento reage à inflação de um jeito. Vamos por partes:

  1. Renda fixa: o duelo com os juros


    Títulos como Tesouro Selic ou CDBs atrelados ao CDI sofrem quando a inflação acelera, porque o Banco Central sobe a Selic pra contê-la – 10,5% em março de 2025. Isso é bom pra quem entra agora: um CDB a 100% do CDI rende 10,5% ao ano, acima dos 5% previstos para o IPCA. Mas quem aplicou antes, a taxas menores (ex.: 6% em 2020), vê o ganho real (descontada a inflação) encolher. Já o Tesouro IPCA+ é um escudo: além do valor aplicado, paga a inflação mais um extra (ex.: IPCA + 4%), garantindo poder de compra.
  2. Ações: winners e losers


    Na Bolsa, a inflação é uma faca de dois gumes. Empresas de consumo básico (ex.: Ambev) ou energia (ex.: Engie) resistem bem, repassando custos ao preço e mantendo lucros – o Ibovespa subiu 22% em 2023 apesar da pressão inflacionária. Mas setores como varejo de margem baixa (ex.: lojas de roupas) sofrem: custos sobem, e o cliente aperta o cinto. Day traders adoram a volatilidade que a inflação traz, mas o buy and hold exige escolher ações “inflação-proof”.
  3. Fundos imobiliários (FIIs): aluguéis sob pressão


    FIIs vivem de aluguéis, muitos corrigidos pelo IGP-M ou IPCA. Quando a inflação sobe, o rendimento cresce – um fundo como o HGLG11 saltou de 6% pra 8% ao ano entre 2021 e 2023. Mas há o outro lado: juros altos (pra combater a inflação) encarecem financiamentos e desvalorizam cotas. É um cabo de guerra: renda sobe, preço cai.
  4. Poupança: a grande perdedora


    A caderneta rende 6,17% ao ano (70% da Selic) mais TR – em 2025, uns 6,5%. Com inflação a 5%, o ganho real é de míseros 1,5%. Nos anos 80, com inflação a 80% ao mês, ela virou piada; hoje, segue sendo uma armadilha pra quem busca segurança cega. R$ 10 mil na poupança em 2021 valem R$ 9.500 ajustados hoje.
  5. Dólar e ouro: os refúgios clássicos


    Inflação alta faz o real perder valor e o dólar subir – em 2022, foi de R$ 5,20 pra R$ 5,70 com o IPCA em alta. Ouro também brilha: subiu 15% em 2023 como proteção. Mas cuidado: ambos oscilam, e o timing é tudo.

Como se proteger da inflação?

Sabidamente, em momentos de inflação alta e de ajustes na política monetária pelo Banco Central, os fundos de renda fixa atrelados à taxa Selic se tornam uma alternativa para investidores interessados em reduzir os efeitos da alta de preços e em manter seu poder de compra por meio da diversificação de suas carteiras.

Indexados à inflação, esses fundos oferecem uma proteção do valor do investimento diante da alta de preços, além de possibilitarem ganhos reais caso haja o pagamento de um prêmio extra de juros pelos títulos da carteira. Mesmo com essas vantagens, porém, os fundos atrelados à inflação não estão livres de riscos. Fatores como oscilações de mercado, risco de crédito (especialmente em títulos privados) e volatilidade no curto prazo podem impactar seus resultados.

Caso as expectativas de inflação permaneçam elevadas, especialmente em momentos de “desancoragem”, os fundos de renda fixa atrelados à inflação podem funcionar como um mecanismo para mitigar os efeitos da alta de preços. Esse tipo de proteção pode ser fundamental para assegurar rentabilidade positiva ao longo do tempo.

Diversificação e volatilidade

Quando o cenário é de incerteza no mercado de renda variável, esses fundos podem desempenhar um papel na diversificação da carteira. A exposição a ativos de menor risco pode ajudar a reduzir a volatilidade geral dos investimentos, proporcionando maior estabilidade.

Ajuste automático à inflação

Os títulos nos fundos de renda fixa são corrigidos por um índice de inflação, normalmente o IPCA, o que permite que o valor investido seja reajustado conforme a variação dos preços. Dessa forma, a rentabilidade do fundo busca refletir a correção inflacionária, reduzindo o impacto da perda do poder de compra ao longo do tempo.

Potencial de rentabilidade real positiva

O investimento em um fundo que oferece proteção contra a inflação junto com a possibilidade de juros reais pode preservar seu poder de compra e ainda gerar ganhos reais. Essa estratégia é especialmente importante em cenários em que a inflação pode reduzir os retornos de investimentos que não oferecem esse tipo de ajuste.

Quando houver alta dos juros, novas emissões de títulos indexados à inflação tendem a apresentar prêmios mais altos. Esse movimento pode influenciar a rentabilidade nominal dos fundos, dependendo da composição da carteira e das condições do mercado no momento da aplicação.

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